Existem alturas na vida que queremos estar sozinhos, para podermos respirar, suspirar, mas essencialmente para com isso nos sentirmos livres de tudo, de todos, e ate de nos próprios. Com isso por vezes acabamos por magoar quem não queremos. Pessoas que nos são queridas e que zelam por nós. Por vezes sem querer, outras propositadamente, mesmo que não seja essa a nossa verdadeira vontade interior. Acabamos por nos abstrair e sair deste nosso mundo, desta nossa realidade e passamos a viver no mundo da ilusão, fantasia, ou da magia. Magia essa que por vezes pode ser negra. Mas enfim, é a vida e as leis da vida de quem sofre pelas mais variadas razoes, e para quem faz sofrer, talvez um dia consigamos entender o que realmente fizemos de errado. Mas no fim iremos acabar com o mesmo sentimento. Querer estar sós, sermos só nossos, a nossa alma, o nosso corpo. Tentamos muitas vezes ser solipcistas, mas se não tivermos cuidado, podemos acabar na mais profunda solidão. Não porque não temos vida própria, amigos, filhos, maridos, namorado (a), família, mas sim porque acabamos por nos perder dentro de nos mesmos, por nossa própria intuição, ou por motivos mais fortes que vão para além da nossa própria existência física e mental. Ninguém, ou muito pouca gente gosta de estar só muito tempo, de sentir solidão, mas por vezes temos que passar por esses momentos para podermos dar valor a outros, a outras coisas, a outras pessoas na nossa vida, que não dávamos ate então. Podemos até estar rodeados de pessoas, bem no centro de uma multidão, de um milhão de pessoas, que mesmo assim nos sentiremos sós. Temos que ser fortes o suficiente para podermos dar a volta por cima e sairmos desse estado, para uma vez mais podermos dar valor a vida e deixar de querer estar sós incondicionalmente. A amar-mos, e a deixarmo-nos ser amados….